A Aventura do Pica-Pau de Asa Azul
Era uma vez uma turma de crianças que explorava a floresta com o seu professor. O sol filtrava-se por entre as árvores, e o cheiro da terra molhada envolvia o grupo. De repente, uma das crianças parou — olhos arregalados, dedo apontado.
— Olhem! Um pássaro com asas azuis!
Lá estava ele, pousado num ramo, com ar sereno e peito orgulhoso. A criança, cheia de curiosidade, perguntou em voz alta:
— Pica-pau, onde moras, pica-pau de asa azul?
O pássaro, surpreso mas divertido com a pergunta, respondeu num tom leve, quase cantado:
— Bem alto, no meu céu, onde as nuvens falam por ti.
Silêncio. Olhares trocados. Sorrisos nasciam. Aquela resposta era... poesia!
— E como é morar lá no alto? — quis saber outra criança.
— Ah, é maravilhoso! — exclamou o pica-pau. — Na sombra do meu voar, consigo ver as ondas azuis do mar.
Bolas, que imagem bonita! A criançada ficou de boca aberta, a tentar imaginar um voo tão livre. Um dos miúdos, entusiasmado, gritou:
— Mostra-nos! Ensina-nos a voar como tu!
O pica-pau olhou para o céu, abriu as asas num gesto largo e respondeu com um brilho no olhar:
— Então... voa, pica-pau!
E subiu! Num rasgo azul, cortou o ar e dançou entre as nuvens. Lá em cima, elas começaram a mover-se, moldando figuras, desenhando histórias, como se contassem segredos antigos. As crianças, fascinadas, ficaram em silêncio — só se ouvia o bater das asas e o murmúrio da floresta.
Quando o pica-pau voltou ao chão, pousando com leveza, os miúdos correram para ele, agradecendo com abraços e gargalhadas.
Desde então, aquela turma nunca mais olhou a natureza com os mesmos olhos. Aprenderam a escutar o vento, a observar com atenção, a respeitar cada folha e cada bicho.
E a história do pica-pau de asa azul ficou gravada nas suas memórias como um lembrete do poder da amizade, da imaginação e do encanto que mora — mesmo que escondido — em cada canto da floresta 🌳✨🕊️