Era uma vez, num reino longínquo e coberto de colinas douradas, uma princesa encantadora chamada Marina. Tinha cabelos loiros como trigo ao vento e olhos azuis que pareciam espelhos do céu. O que mais gostava? Brincar no bosque com a sua bola de ouro reluzente — tesouro seu, companheira de todas as tardes.
Numa manhã radiante, enquanto saltitava entre flores e riachos, atirou a bola com força... e zás! Ela caiu num buraco fundo, escuro como a noite. Marina correu até à borda, mas nada via lá em baixo — nem brilho, nem esperança. Desfeita em lágrimas, sentou-se na relva.
Foi então que um sapo verde, de olhos grandes e bondosos, apareceu. Com voz calma, disse:
— Não chores, princesa. Eu posso recuperar a tua bola… mas, em troca, prometes ser minha amiga e deixar-me brincar contigo no palácio?
Marina, aflita, acenou com a cabeça.
— Sim, sim! Prometo tudo!
O sapo mergulhou no buraco sem hesitar e, momentos depois, voltou à superfície com a bola dourada. Marina, radiante, agarrou o brinquedo e desatou a correr em direcção ao palácio — sem uma palavra, sem olhar para trás. O sapo ficou ali, a vê-la desaparecer, com um suspiro preso na garganta.
No dia seguinte, quando o sol mal acordara, ouviu-se uma pancada suave à porta do castelo. Era ele.
O rei, homem de palavra e justiça, chamou a filha e disse-lhe com firmeza:
— Prometeste. E no nosso reino, promessas cumprem-se.
Marina, contrariada, deixou o sapo entrar. Ele sentou-se à mesa com ela, comeu do seu prato, e à noite... pediu para dormir na sua almofada. A princesa encolheu-se, incomodada — mas cedeu.
Até que, num impulso de raiva e nojo, agarrou no sapo e atirou-o contra a parede do quarto.
E nesse instante — magia! — uma luz envolveu o sapo e, perante os seus olhos espantados, ele transformou-se num príncipe: alto, gentil, de sorriso sereno. Chamava-se Pedro.
Contou-lhe que fora vítima de uma maldição lançada por uma fada cruel. Só poderia quebrá-la se uma princesa aceitasse a sua amizade e o tratasse com bondade.
Marina, envergonhada mas tocada, pediu desculpa. E ali, entre confissões e risos nervosos, nasceu algo inesperado. O que era rejeição, tornou-se encanto. O que era promessa quebrada, tornou-se laço.
Marina e Pedro apaixonaram-se, casaram com pompa e emoção, e governaram o reino lado a lado — com justiça, ternura… e sem nunca mais esquecer que a verdadeira beleza, por vezes, chega de olhos esbugalhados e pele verde 🐸👑✨.