Como as Habilidades Rítmicas se Desenvolvem em Crianças em Idade Escolar
O Ritmo no Corpo e na Cabeça: Como as Crianças Desenvolvem Competências Rítmicas
Já se perguntou como é que as crianças desenvolvem competências rítmicas? Pois bem, prepare-se para uma viagem pelas batidas do cérebro infantil. Um estudo fascinante, conduzido por Silvia Bonacina, Jennifer Krizman, Travis White-Schwoch, Trent Nicol e Nina Kraus (2019), lançou luz sobre este universo pouco explorado — e mostrou que o ritmo é muito mais do que um simples compasso.
A Expertise Rítmica: Muito Mais que Tocar no Tempo
O foco do estudo foi a chamada expertise rítmica — um conjunto de competências multidimensionais que pode ser observado até em jovens adultos. Traduzindo: há vários tipos de habilidades rítmicas, cada uma com um papel diferente no desenvolvimento.
Mas os investigadores quiseram olhar mais fundo, para o início do percurso. Foram estudar crianças entre os 5 e os 8 anos e analisar quatro tarefas específicas:
Tocar tambor num ritmo constante
Recordar e repetir padrões rítmicos
Acompanhar com o tambor o ritmo de uma música
Bater palmas a tempo com apoio visual
E o que descobriram? Que manter um ritmo constante e recordar padrões não estão diretamente ligados. São competências distintas, com trajetórias diferentes. Mas — e aqui está o twist — a tarefa de bater palmas com feedback visual correlacionava-se com todas as outras. Uma espécie de “cola rítmica” com potencial para impulsionar diversas áreas de aprendizagem.
Ritmo: Muito Mais do que Música
Faz sentido, certo? O ritmo está em todo o lado. Na música, claro — é o que nos faz abanar o pé ao ouvir uma canção. Mas também na fala: é o ritmo que nos permite segmentar fonemas, sílabas, palavras, frases. Que nos ajuda a prever pausas, entoações e padrões.
Portanto, ter boas competências rítmicas pode influenciar diretamente a linguagem, a leitura, a escrita — e até a atenção e memória auditiva. Tudo isso a partir de algo tão simples como bater palmas a tempo.
O Que Podemos Aprender com Isto?
Este estudo reforça uma ideia poderosa: o treino rítmico pode ser uma ferramenta educativa de enorme valor. Não é só para músicos ou bailarinos. Atividades como jogos de palmas, canções com gestos ou acompanhamento de músicas com percussão corporal podem ser essenciais no jardim de infância — e além.
Em Conclusão…
O ritmo não é apenas uma batida. É uma ponte entre o corpo, a linguagem e o cérebro. E quanto mais cedo atravessarmos essa ponte com os mais novos, mais sólida será a sua caminhada pelo mundo da aprendizagem.
Então, da próxima vez que ouvir palminhas numa sala de aula, não pense que é só brincadeira. Pode ser o cérebro a dançar… e a crescer. 👏🧠🎶
Artigo disponível em doi: 10.1177/2333794X19852045