os ladrões e o burro

Dois ladrões discutiam por um burro roubado —
um queria guardá-lo, o outro vendê-lo.
Trocaram gritos, empurrões, e depois… murros.
No calor da confusão, eis que surge um terceiro:
sem dizer palavra, saltou no burro e desapareceu com ele!

Que bela imagem, não é?
Às vezes, uma terra — um reino, uma aldeia, um pedaço de chão —
é como esse pobre jumento: cobiçado, espancado, disputado.

Os príncipes? Uns verdadeiros mestres do disparate.
Um turco, um húngaro, um transilvano… de repente, já são três
a querer mandar no mesmo pedaço de mundo.

Mas — cuidado! — sempre há um quarto à espreita,
com olho vivo e pés ligeiros.
Enquanto os outros se engalfinham,
ele sela o burro e vai-se embora,
deixando para trás a poeira e o ridículo.

📜 Moral em tom de aviso:
Quem briga por poder sem cabeça no ombro,
acaba por dar lugar ao mais esperto…
ou ao mais oportunista.