A Menina do Bom Dia
Havia uma vez uma menina chamada Luísa, que vivia numa cidade pequenina, onde as ruas eram cheias de gente simpática e corações abertos. Luísa tinha um dom raro — um sorriso tão luminoso que parecia sol solto no rosto. E, acima de tudo, acreditava nisto com convicção: para tornar o mundo melhor, bastava ser gentil.
Todas as manhãs, bem cedinho, antes que os passarinhos acabassem de afinar o canto, Luísa saía de casa com uma missão simples, mas poderosa: espalhar "bons dias" pelo caminho. Com passos leves e alma desperta, ia cumprimentando o padeiro, o carteiro, a florista e os vizinhos — um a um — com um alegre e sonoro:
— Bom diaaaa!
Era impossível não sorrir de volta. Até os mais sisudos se rendiam à energia daquela menina. Chamavam-na, carinhosamente, a menina do bom dia. E não era à toa: bastava vê-la passar para que o humor do dia se ajeitasse.
Mas eis que, certo dia, chegou à cidade um novo morador: o Sr. António. Tinha fama de rabugento, pouco dado a conversas e avesso a simpatias. As pessoas comentavam em voz baixa, com ar desconfiado.
Luísa, curiosa como só ela, quis conhecê-lo. E decidiu: ele também ouviria o seu bom dia.
Na manhã seguinte, lá estava ele, sentado num banco do parque, envolto no seu próprio silêncio. Luísa aproximou-se, como quem não quer a coisa, e lançou com entusiasmo:
— Bom dia, Sr. António!
Ele levantou os olhos, surpreso. Franziu o sobrolho… hesitou… mas, depois de um instante, algo aconteceu: um sorriso — tímido, pequenino — começou a despontar no seu rosto.
Nos dias seguintes, Luísa manteve a rotina. Todos os dias, lá estava ela com o seu cumprimento solar. E, aos poucos, o Sr. António foi mudando. Começou a sorrir mais. A conversar. A ajudar aqui e ali — segurava sacos, varria a calçada, trocava dois dedos de conversa com quem antes ignorava.
A transformação foi tão visível que os moradores não esconderam o espanto. Afinal, bastou um simples "bom dia" — repetido com carinho e constância — para abrandar até o coração mais fechado.
A cidade inteira começou a perceber: a gentileza é contagiante.
E, assim, por causa de uma menina de sorriso fácil e alma generosa, os "bons dias" multiplicaram-se. A vila tornou-se ainda mais alegre, mais próxima, mais... viva.
Desde então, cada amanhecer passou a ter outro sabor. Porque todos sabiam — ao cruzarem-se na rua — que um "bom dia" podia, sim, mudar tudo. 🌞💛
Bicho de 7 Cabeças - O melhor da música infantil