A Rã que Queria Ser Tão Grande Quanto o Boi
No coração de um brejo verdejante, vivia uma pequena rã, nem maior que um caroço de azeitona. Um dia, cruzou o olhar com um boi imenso, de patas grossas e olhos lentos. Ficou boquiaberta. Que tamanho! Que presença!
E foi aí que nasceu nela a ideia: “E se eu crescesse até ficar tão grande quanto ele?”
— Irmã Rã! — chamou, já a inchar. — Já estou do tamanho dele?
— Hum… nem por sombras! — respondeu a irmã, franzindo os olhos.
Mais um sopro, mais um esforço…
— E agora, sou parecida?
— Estás longe, minha querida. Nem metade!
Mas a rã não desistia. Encheu-se, esticou-se, forçou-se além do que podia. Até que... pum! Rebentou com um estrondo que assustou até as libélulas.
Ficou o brejo em silêncio. Só o boi, impassível, mastigava a erva como se nada tivesse acontecido.
Há por aí muita gente como esta rã: vê um palácio e quer logo construir uma mansão; olha para o vizinho e esquece quem é.
Mas crescer sem saber até onde se pode vai dar em estouro — ou em frustração.
Moral da história:
Quem tenta ser o que não é, arrisca-se a deixar de ser o que tem de melhor.
(Adaptação livre da fábula de Jean de La Fontaine) 🐸💥🐂