Os dois burrinhos
Era uma vez dois burrinhos muito diferentes. Um levava aveia nas costas — leve, cheirosa, tilintando de simplicidade. O outro, vaidoso que só ele, transportava sacos pesados de prata dos impostos. Ah, como ele se achava importante! Caminhava com pose de rei, com o guizo a tocar como se fosse sininho de palácio.
— Ouves este som? — dizia ele. — É o barulho da nobreza!
Mas a floresta, essa, não se deixa enganar por guizos. Ao entrarem num vale sombrio, saltaram ladrões de trás das árvores! Vieram aos gritos, olhos nos sacos brilhantes.
O burrinho da prata tentou recuar, mas era tarde. Foi agarrado pelo cabresto, empurrado, e acabou caído, ferido e sem forças.
— É esta a recompensa por carregar riquezas? — gemeu ele. — E tu, meu amigo, segues em paz com a tua humilde aveia…
O outro burrinho olhou com doçura e disse:
— Pois é, companheiro. Às vezes, quanto menos brilho, mais sossego. Eu só ajudo um moleiro — e ninguém quer roubar farinha.
Moral da história?
Quem vive a exibir-se com tesouros, atrai problemas. Às vezes, é no simples que mora a sorte. 🌾🐾💭
(Adaptação de fábula clássica para pequenos grandes leitores)